Publicado em 04/05/2023 às 13:08, Atualizado em 05/05/2023 às 15:15

O papel da alimentação na qualidade do sono e como fazer escolhas alimentares saudáveis para melhorar a insônia

Redação Nova News,
Cb image default
Image by karlyukav on Freepik

O sono é um fenômeno biológico essencial para a saúde física e mental. Durante o sono, ocorrem diversos processos fisiológicos que regulam o metabolismo, o sistema imunológico, a memória, o humor e o aprendizado. Além disso, o sono é influenciado por vários fatores ambientais, comportamentais e nutricionais.

Neste artigo, abordaremos o papel da alimentação na qualidade do sono e como fazer escolhas alimentares saudáveis e suplementos para melhorar a insônia, o qual é a dificuldade de iniciar ou manter o sono por um período adequado.

Como a alimentação afeta o sono?

A alimentação pode afetar o sono de várias maneiras. Por um lado, alguns alimentos podem conter substâncias que estimulam o sistema nervoso central, como a cafeína, a teobromina e a capsaicina, que podem dificultar o relaxamento e o adormecimento.

Por outro lado, alguns alimentos podem conter nutrientes que favorecem a produção de hormônios e neurotransmissores relacionados ao sono, como o triptofano, a melatonina e a serotonina.

O triptofano é um aminoácido essencial que participa da síntese de serotonina e melatonina. A serotonina é um neurotransmissor que regula o humor, o apetite e o ciclo circadiano.

A melatonina é um hormônio que induz o sono e sincroniza os ritmos biológicos com os ciclos de luz e escuridão. Alguns alimentos ricos em triptofano são: laticínios, ovos, banana, cacau, nozes, avelãs e castanha de caju

A melatonina também pode ser encontrada em alguns alimentos de origem vegetal, como cerejas, aveia, milho e tomate. No entanto, a quantidade de melatonina nos alimentos é muito baixa e pode variar conforme as condições de cultivo e armazenamento.

Portanto, não há evidências suficientes para recomendar o consumo desses alimentos como uma forma eficaz de aumentar os níveis de melatonina no organismo.

Além disso, a alimentação pode afetar o sono indiretamente por meio do seu impacto no peso corporal, na saúde metabólica e na inflamação.

Estudos mostram que indivíduos que dormem pouco ou mal têm maior probabilidade de ganhar peso, desenvolver resistência à insulina, diabete tipo 2 e dislipidemia.

Essas condições podem prejudicar a qualidade do sono por causar apneia obstrutiva do sono, refluxo gastroesofágico e dor crônica.

Por outro lado, uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas, vegetais e grãos integrais pode melhorar a qualidade do sono por promover a saciedade, regular os níveis de glicose no sangue, reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos e diminuir a inflamação crônica.

Como fazer escolhas alimentares saudáveis para melhorar a insônia?

Para melhorar a insônia, é importante seguir algumas recomendações gerais sobre a alimentação e o sono:

Evite consumir alimentos estimulantes ou irritantes nas horas próximas ao horário de dormir. Isso inclui café, chocolate, chá-mate, chá-preto, chá-verde, refrigerantes, pimenta e gengibre[^1^][3]. Esses alimentos podem aumentar a frequência cardíaca, a pressão arterial e a temperatura corporal, além de interferir na produção de melatonina.

Prefira consumir alimentos leves e de fácil digestão no jantar. Evite alimentos gordurosos, fritos, condimentados ou muito volumosos ao poderem causar desconforto gástrico, azia ou refluxo durante a noite. Além disso, evite comer em excesso ou ficar com fome antes de dormir, pois ambos os extremos podem prejudicar o sono.

Inclua alimentos ricos em triptofano no jantar ou na ceia. Esses alimentos podem ajudar a aumentar os níveis de serotonina e melatonina no cérebro, favorecendo o relaxamento e o adormecimento. Alguns exemplos são: leite morno com mel, iogurte natural com banana ou aveia, queijo branco com pão integral ou torrada integral com pasta de amendoim.

Consuma alimentos ricos em magnésio e cálcio ao longo do dia. Esses minerais são importantes para o funcionamento dos músculos e dos nervos, além de participarem da regulação dos hormônios do sono. Alguns exemplos são: nozes, amêndoas, castanhas, sementes de abóbora, sementes de girassol, espinafre, couve, brócolis, leite, iogurte e queijo.

Consuma alimentos ricos em ômega-3 e vitamina D regularmente. Esses nutrientes são essenciais para a saúde do cérebro e do sistema nervoso, além de contribuírem para a produção de serotonina. Alguns exemplos são: salmão, sardinha, atum, arenque, linhaça, chia, ovos e leite fortificado.

Evite consumir bebidas alcoólicas à noite. Apesar de o álcool ter um efeito sedativo inicial, ele pode prejudicar a qualidade do sono ao longo da noite. O álcool pode causar fragmentação do sono, sonhos vívidos ou pesadelos, roncos e apneia do sono. Além disso, o álcool pode desidratar o organismo e causar dor de cabeça e ressaca na manhã seguinte.

Conclusão

A alimentação é um fator importante para a qualidade do sono e para a prevenção e o tratamento da insônia. Uma alimentação equilibrada e saudável pode favorecer a produção dos hormônios e neurotransmissores que regulam o sono e o humor.

Além disso, uma alimentação adequada pode evitar problemas metabólicos e inflamatórios que podem interferir no sono.

Portanto, é recomendado seguir as orientações nutricionais para melhorar a insônia e ter um sono mais reparador e satisfatório. No entanto, é importante lembrar que a alimentação não é o único fator que influencia o sono.

Outros aspectos como a higiene do sono, a atividade física, o controle do estresse e o acompanhamento médico também devem ser considerados para garantir uma boa saúde do sono.