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“O quem tem feito o Ministério da Educação? ”, por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Arquivo

Nos últimos dias, dediquei algumas horas noturnas a pesquisar os índices do Brasil nas três décadas próximas passadas. QUE COISA CRUEL. Mais cruel é quando se compara a outros Países.

O índice de produtividade média do brasileiro é dos menores no mundo. Nos exames Pisa de matemática, o Brasil se iguala aos países de menor qualificação. Nenhum prêmio Nobel; poucas patentes industriais registradas; êxodo de cérebros; cortes das verbas para pesquisas. UFA, é bom parar.

Fico a pensar e não entendo, pois, o brasileiro é inteligente, criativo e trabalhador. Aliás entendo. Vejamos, os Ministros de Educação (nomeados nessas últimas três décadas) e seus principais auxiliares – com raras exceções – não foram pessoas qualificadas para cuidar do ensino, mas “guerreiros” ideológicos destinados a implantar um sistema para manipular e alienar as mentes dos jovens.

Professam um “credo”, segundo o qual é nas escolas que poderiam e/ou podem sequestrar precocemente as mentes dos jovens para uma ideologia (essa ou aquela), dependendo de quem está no comando, com predeterminação para compor as fileiras de uma determinada corrente, embora ineficaz, devastadora para o País, disseminando o ódio – por meio de seus asseclas - e botando em segundo plano o conhecimento efetivo, que é o que realmente importa.

Do Ensino Básico às Universidades, o que se espera é a sua neutralidade ideológica-partidária, permitindo a liberdade, o livre debate, o aprofundamento na aprendizagem técnica e específica na formação de profissionais competentes, isso, por si só, dará ou daria na construção de uma sociedade plural e evoluída tecnicamente e, por conseguinte politicamente, sem o maldito fundamentalismo por meio de imposição de postura e de um ambiente que corrompem as mentes e deturba a formação de caráter.

A civilidade própria do ambiente acadêmico, com espaço de reflexão e desenvolvimento cognitivo, não pode ser transformada em doutrinação comportamental para influenciar a sexualidade, a vocação, a religiosidade, o adestramento, os valores morais e culturais e toda significação da formação humana.

A geração de Juscelino (ex-presidente JK), que não é minha geração, evidentemente, descobriu que o Brasil poderia ser grande, além das dimensões físicas e belezas naturais. Não só descobriu, mas, sob a batuta de JK, deu início a modernização do País, inclusive na segurança de sua soberania. Infelizmente Jânio Quadros, o Presidente seguinte, foi espremido pelo “centrão” da época” e renunciou. Seu vice, João Gullart teve que se submeter ao Parlamentarismo por dez meses, que não funcionol. Governou, por fim, no presidencialismo e tudo acabou com o “golpe de 64”. Todo esse imbróglio teve forte participação e influência dos meios educacionais com o olhar permissível do MEC.

Por derradeiro, com a retomada da Democracia, a sociedade pariu entre dores e gritos de alegria e esperança, a Carta Magna de 1988, escrita por uma Assembleia Nacional Constituinte ávida de liberdade. A tal Carta Magna foi feita para um Regime Parlamentarista, mas os brasileiros optaram por meio de plebiscito, ao meu ver acertadamente para o Presidencialismo. Ou seja, deu-se início a um período de tramitação estranha no Congresso, pois as características da Constituição conflitam com o regime e com o sistema, colocando o Executivo de pires na mão diante do Congresso.

Seja como for, o Ministério da Educação, o mais importante de todos, se transformou em um puxadinho do Congresso, ou em mola propulsora de políticas ideológicas do Presidente da República, gerando um sistema de Ensino pífio, incapaz de fortalecer a sociedade transformando-a em sustentáculo de criatividade na geração de pesquisa e produção de tecnologia, para ter condição de ter uma economia de mercado competitivo com as grandes potencias dominadoras.

Pior que isso, o Ensino Básico, não obstante aos esforços dos professores, não consegue cumprir com sua função preparatória aos jovens e a mesma precariedade se estende a maioria das faculdades. Daí se explica os baixos índices do Brasil e uma classe média (sustentáculo da economia de mercado), esmagada pelo sistema e pela economia.

O que fazer? Fica e reflexão. O certo é que é preciso ser feito alguma, não dá para ficar alheio cantando Belchior: “Eu sou apenas um rapaz, Latino- Americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior ”.

Elizeu Gonçalves Muchon

[email protected]

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