Publicado em 16/04/2020 às 16:04, Atualizado em 16/04/2020 às 20:06

“O saidão dos presos”, por Elizeu Gonçalves Muchon

Elizeu Gonçalves Muchon,
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Foto: Divulgação

Nunca entendi direito essa benevolência exacerbada da Justiça brasileira que permite a saída temporária de presos em datas comemorativas, como Natal, Páscoa e dia das Mães.

Não bastando, agora tem o SAIDÃO DO COVID – 19.

Imaginemos o seguinte: As autoridades em saúde mandam todo mundo ficar em casa para evitar a transmissão do COVID – 19. Em muitas cidades tem até toque de recolher com poder de polícia, que autoriza até prender um cidadão que desrespeite. Certo? Sim, certo, é o que tem de ser feito em prol da saúde de todos.

Contrariando tudo isso, a Justiça autoriza milhares de presos deixarem a prisão para fazer quarentena em suas casas. Inacreditável, evidentemente.

Um Juiz, no Estado do Rio de Janeiro escreveu assim em sua decisão: “Reconhece-se a presente situação de emergência de saúde pública, a imprescindibilidade de adoção de medida de prevenção dentro dos presídios”.

Horas depois, uma multidão de bandidos deixou os presídios.

EFEITO CORONABALA

Um dia depois, o número de pessoas assaltadas e mortas aumentou. Vamos chamar esse fenômeno de “efeito CORONABALA”.

É óbvio que a decisão da Justiça pode ou deve ter sido na melhor das intenções, para tentar evitar a contaminação nas cadeias. Mas também é óbvio o grau de ingenuidade em pensar que tais detentos vão ficar em quarentena em suas casas.

Na rua, esses bandidos vão aproveitar para roubar, matar, estuprar, disputar território de drogas, vingar desafetos, e transmitir Coronavírus, é claro.

Tem mais bondade aos presos. Desta vez para os detentos que por condição de alta periculosidade, não foram contemplados com o SAIDÃO. A eles o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, mandou comprar 600 tablets para ser usados por condenados presos em presídios Federais. A justificativa é a seguinte: “manter acesa a chama do relacionamento, da união e da fraternidade entre os prisioneiros e seus familiares”.

É muita bondade, não acha?

... Vou limitar em dizer... QUE DEUS ABENÇOE O BRASIL.

Elizeu Gonçalves Muchon – Professore e Jornalista

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