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"O santo de casa”, por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Arquivo

Santo de casa não faz milagre. Provérbio derivado da Bíblia, que significa que as pessoas não costumam valorizar o que tem por perto. O próprio Cristo passou por isso.

Um exemplo vivo está acontecendo em nosso Mato Grosso do Sul, “nesse tempo” em que se discuto quais serão os candidatos a Presidente da República.

Uma Sul-mato-grossense – Senadora Simone Tebet – move céus e terras para viabilizar seu nome como candidata a Presidente. Seria uma benfazeja novidade, porém vê seus sonhos jazerem mortos ante a indiferença de seus conterrâneos, especialmente seu mentor político André Puccinelli, líder de seu partido, que não quer ouvir falar no assunto.

Com seu “humor solto e sutil”, prefere assistir ao jogo dividido de Lula e Bolsonaro, cuja explicação está no medo de se queimar como candidato ao Governo do Estado, caso resolva apoiar Simone, que é vista como um peso ao não decolar nas pesquisas. Nesse caso ele adota outro provérbio (farinha pouca, meu pirão primeiro).

Contudo, a polarização entre Lula e Bolsonaro que lideram as pesquisas, pode ou não permanecer até outubro. Já vimos, infelizmente muita coisa acontecer em campanhas: avião cair, escândalos, efeito facada e uma série de situações infelizes e análogas nesse terreno movediço em que se pratica a democracia, não obstante aos ditames da lei.

Entretanto, os políticos levam muito a sério uma estratégia de que, alguns tipos de alianças políticas é o mesmo que amarrar a carroça em cavalo cansado. Em outras palavras, candidatos a Deputados, Senadores e Governadores, querem estar pertos de presidenciáveis que possam ajudar e não atrapalhar, sem se preocuparem com programas, mas se lançando no abismo do pragmatismo.

Simone “teria”, obviamente, que, primeiro conquistar o resto do País, para depois ter o aval de seus patrícios. Está difícil, pois, mesmo sendo mulher em um país onde mais de 50% dos eleitores são mulheres, ela não vê suas dificuldades mitigarem.

Líderes de seu partido em âmbito nacional, Renan e outros, fazem uma coreografia das raposas, parece até piruetas e adágios de balé clássico, para enterrar de vez a postulante Simone, nos porões do esquecimento em benefício de Lula e até mesmo de Bolsonaro.

Pelo o que se desenha, assim será. Santo de casa não faz milagres.

Elizeu Gonçalves Muchon

[email protected]

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