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Observador de pássaros vive experiência única com “Melodia” do Assentamento São João em Nova Andradina

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Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, durante "passarinhar" - Imagem: Suzana Arakaki

No mês em que se celebra o dia do Meio Ambiente, devemos repensar o mundo à nossa volta e as condições em que se encontra.

Na ocasião festiva, Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, Juiz Federal em Dourados, aproveitou para partilhar com os leitores do Nova News, a experiência memorável vivida no último domingo, quando esteve no Assentamento São João.

A convite de um amigo, Moisés foi ao local “passarinhar”, ação de avistar pássaros, atividade que desenvolveu durante a pandemia. Acordou às 03h da manhã e foi à casa de uma amiga para que às 03h40 pudessem partir para o assentamento, localizado na divisa do município de Nova Andradina com Nova Alvorada do Sul.

“O Assentamento São João já era nosso objetivo há algum tempo, pois o amigo Olácio Komori já desenvolvia um trabalho para proporcionar alternativas rentáveis às comunidades que vivem no cerrado, um bioma brasileiro. Olácio também se viu contagiar pelo hobby dos pássaros e já falava do potencial da região. Após três horas de estrada, chegamos cedo ao local, pois é o momento propício para observação dos nossos queridos alados,” explicou Moisés.

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Observadores no Assentamento São João - Imagem: Acervo Pessoal

“Percorremos o assentamento, com auxílio do nosso condutor Maylon, e durante quatro horas andando pelas pastagens, atravessando nascentes, passando por cercas com arame farpado, e escapando de marimbondos, vimos espécies diversas, fotografamos e filmamos. Mas o grande momento do dia, foi quando paramos perto de uma área úmida, e ouvimos "a melodia". A amiga Suzana Arakaki pensou que fosse o som de Uirapuru. Perguntei se era algum observador colocando alguma vocalização gravada, mas não. Era um som único e pleno, um acorde milimetricamente desenhado pela evolução da vida, o som de um pula-pula-de-sobrancelha, espécie endêmica do Cerrado brasileiro,” narrou emocionado o observador.

Grande parte dos observadores de pássaros utilizam instrumentos visuais, câmeras ou binóculos, mas foi neste momento que Moisés percebeu realmente a importância do som.

Os seres humanos, após nascerem, têm contato primeiro com o sentido da audição, e após alguns dias, abrem os olhos e começam a enxergar.

“Minha mãe é formada em música e lecionou em escola pública a beleza da música, mas não tive a capacidade de aprender a arte, no entanto, sou pai de uma cantora de belíssima voz. Na hora que ouvi o som eu me arrepiei. Pensei, como a natureza pode conceber um instrumento tão belo como a música? Nossa observação precisa se dedicar a registrar a beleza das ondas sonoras dos pássaros”, disse.

Moisés aproveitou a experiência para parabenizar os moradores do Assentamento São João, pelas belas paisagens, pelo ar puro, e por terem a harmonia do canto dos pássaros, principalmente do pula-pula-de-sobrancelha, considerado o mais belo canto do Cerrado brasileiro.

“Um viva ao Assentamento São João, outro Cerrado brasileiro e sempre ao Meio Ambiente!”, finalizou o observador.

Imagens: Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva - Direitos Reservados

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