Publicado em 10/08/2020 às 15:51, Atualizado em 10/08/2020 às 19:51
Vendas vão até dia 15 de agosto e quem ainda não comprou tem nova chance de ajudar quem mais precisa nessa pandemia
A ideia de criar em Mato Grosso do Sul uma galeria com 100 fotografias, doadas por 100 artistas e à venda por R$100 cada uma, com entrega para o Brasil inteiro, deu certo. Agora, além da Central
Única das Favelas, quem também vai receber o lucro das vendas é o Coletivo Terra Vermelha. O período de vendas das fotografias, que inicialmente seria apenas durante o mês de julho, foi prorrogado até 15 de agosto.
Atuando desde 2012, o Coletivo Terra Vermelha é formado por profissionais, acadêmicos e artistas de diversas áreas, todos voluntários, e oferece auxílio às comunidades indígenas sul-mato-grossenses. Além da assistência social e jurídica aos povos indígenas de várias etnias, como os Guarani, Terena e Kaiowá, o Coletivo tem levado cidadania e justiça onde a “mão invisível do Estado” sequer existe.
Ações como distribuição de cestas básicas, de material de higiene e de agasalhos, manutenção de barreiras sanitárias, criação de campanhas beneficentes, oficinas culturais, articulação política, entre outras, são iniciativas do CTV. Na pandemia do novo coronavírus, essas comunidades estão extremamente vulneráveis ao contágio da COVID-19, por isso os voluntários vêm desenvolvendo ações de prevenção e combate à propagação do vírus nas aldeias.
Quem acompanhou durante o mês de julho as redes sociais da campanha solidária 100FotosParaMS se surpreendeu e se encantou com a beleza das 100 obras doadas pelos artistas.
A temática natureza está presente e é forte - paisagens, animais e flores colorem a galeria - mas artistas mostraram que MS vai muito além disso. Retrato, fotojornalismo, documental, arquitetura, ensaio, minimalismo, cotidiano, surrealismo e até fotografia de eventos estão presentes no acervo doado. Além da capital, fotógrafos de cidades como Dourados, Fátima do Sul, Nova Andradina,
Aquidauana, Nova Alvorada do Sul e Itaporã se sensibilizaram e aderiram à ação beneficente.
Para o artista nova-andradinense Diego Gomes, que considera gratificante participar da ação, é possível, sim, mudar a vida de alguém por meio da fotografia que, para ele, é “um momento eternizado, uma expressão da realidade de tudo o que está à nossa volta, de como estamos nos sentindo, de como vemos as coisas, do que está acontecendo”.
Além dos artistas visuais, quem também somou esforços à campanha foram os artistas da música, da literatura e do teatro. Nomes como Jerry Espíndola, Begèt De Lucena, Espedito de Montebranco, SoulRa, Dovalle, Maringá Borgert, Febraro e Bibis Vargas estiveram presentes numa bem temperada programação de lives no perfil da campanha no Instagram.
Para Jerry Espíndola, a difícil crise sanitária que vivemos “é um momento muito necessário da gente se solidarizar com quem mais está precisando. Me senti muito bem de estar dentro do projeto, adorei ter feito essa live, ter esse tipo de contato com o público”, avalia o músico, que também acredita no potencial da Arte servindo como “gancho” para a ajuda ao próximo.
Outro artista que também enxerga na união da Arte com a solidariedade um terreno fértil para soluções possíveis nessa pandemia é Maringá Borgert, de Três Lagoas. O músico, que se define como “cantador”, diz que “só a empatia, a solidariedade, o amor e a arte nos salvará dessa tempestade”.
Espedito de Montebranco, ator e diretor teatral, também participou das lives e é mais um a engrossar o coro dos que se utilizam do fazer artístico para sensibilizar e gerar mudanças. “É sempre um prazer enorme saber que a arte realmente pode, deve e se torna um veículo de transformação e alerta para a sociedade”, frisa Espedito.
O ator lembra ainda que o momento exige de nós, enquanto sociedade, transformações estruturais para alcançarmos a promessa de vida digna para todos. “No mundo em que vivemos, não existe mais o “aquele lá distante que sofre”. Toda injustiça cometida, mesmo que distante fisicamente, nos atinge internamente de alguma forma e muda para pior nossa vida e, consequentemente, a vida da geração futura. As favelas e os indígenas já sofriam com a falta de um olhar mais humano por parte dos governantes e agora a situação deles piorou”, protesta.
E o combate ao individualismo ecoa também na voz do cantor Dovalle, para quem a campanha “resume o sentido último e singular da palavra comunhão”. Para ele, está evidente que toda essa situação que enfrentamos, mesmo que negativa, traz sinais que precisam ser observados com atenção. “A COVID-19 veio trazer uma mensagem, talvez seja essa, que sejamos mais cuidadosos com a vida no sentido último da palavra cuidado”.
Com o prazo prorrogado, quem ainda não comprou uma fotografia tem até dia 15 para apoiar a campanha, que envia os pedidos para qualquer lugar do país.
Aline Teodoro, uma das produtoras da ação, lembra que não se trata apenas da venda de fotografias, mas de uma ação solidária de arrecadação. “A campanha também tem como efeito a divulgação do trabalho desses artistas e at uma integração muito interessante entre artistas de várias cidades do estado, mas a ideia central é arrecadar recursos pra ajudar comunidades que não têm a mesma igualdade de oportunidades que nós temos de nos proteger da COVID-19”, ressalta.
O site da campanha, onde você pode visitar a galeria e fazer a compra, é o www.100FotosParaMS.com.br. Lá você também pode entender melhor o projeto, conhecer a equipe responsável, os artistas que doaram suas obras e as entidades que serão apoiadas com as vendas.
Também é possível acompanhar as ações pelas redes sociais: instagram.com/100FotosParaMS e facebook.com/100FotosParaMS
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