Publicado em 22/09/2025 às 16:16, Atualizado em 23/09/2025 às 21:21

Como investir em renda fixa digital e diversificar sua carteira com segurança?

Matheus Mesquita, Opinião
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Imagem: Freepik

A digitalização dos investimentos tem aberto novas possibilidades no mercado brasileiro. Um dos formatos que vem ganhando espaço é a renda fixa digital, que combina a previsibilidade típica de ativos de renda fixa com a inovação da tokenização em blockchain. Mas, afinal, como dar os primeiros passos nesse tipo de aplicação e incluí-la de forma estratégica na carteira?

Entenda o ativo

A renda fixa digital nada mais é do que a versão tokenizada de títulos de dívida corporativa, como debêntures e notas comerciais. Esses papéis, já conhecidos do mercado tradicional, são transformados em tokens digitais negociados em plataformas autorizadas. Cada token representa uma fração do ativo real, dando ao investidor acesso a um produto que antes exigia aportes mais elevados.

O pagamento dos rendimentos ocorre quando a empresa emissora quita sua obrigação. O valor correspondente é repassado em reais diretamente ao investidor, via plataforma intermediária.

Passo a passo para investir

1. Escolha a plataforma: o primeiro passo é se cadastrar em uma instituição habilitada a ofertar esse tipo de produto. É fundamental verificar a credibilidade da securitizadora e da plataforma digital escolhida.

2. Analise a oferta: cada ativo tokenizado vem acompanhado de uma lâmina com detalhes da operação: valor do aporte, prazo, forma de remuneração e condições de pagamento. O investidor deve avaliar se esses parâmetros estão alinhados ao seu perfil e objetivos.

3. Defina o valor do aporte: graças à tokenização, é possível investir em frações menores dos títulos. Isso permite começar com valores mais acessíveis, sem comprometer grandes quantias do patrimônio.

4. Adquira os tokens: após a análise, o investidor compra os tokens correspondentes ao ativo desejado. Esse processo ocorre online e é registrado em blockchain, garantindo transparência e rastreabilidade.

5. Acompanhe os recebíveis: durante o período de vigência do título, a empresa emissora realiza os pagamentos programados. Quando ocorre a liquidação, o valor líquido é transferido em reais para a conta cadastrada na plataforma.

Pontos de atenção

Apesar de oferecer previsibilidade, a renda fixa digital não conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que, em caso de inadimplência, não há cobertura automática. Em contrapartida, os direitos creditórios são segregados e podem contar com garantias adicionais, como a fidejussória, em que outra empresa se responsabiliza pelo pagamento se o emissor não honrar a dívida.

Outro fator importante é avaliar a liquidez. Em muitos casos, os tokens só podem ser resgatados ao final do prazo da operação. Por isso, é recomendado que o investidor destine apenas parte da carteira, sem comprometer recursos necessários no curto prazo.

Por que incluir na carteira?

Agora que você já sabe como investir em renda fixa digital, entende que o investimento pode ser visto como um meio-termo entre a renda fixa tradicional e a inovação dos ativos digitais. Para o investidor, os principais benefícios estão na diversificação, no acesso facilitado a produtos antes restritos e na maior transparência proporcionada pelo blockchain.

Esse tipo de investimento pode compor a parcela de renda fixa da carteira, mas com potencial de retorno diferenciado. É indicado utilizá-lo de forma complementar, sem substituir aplicações mais tradicionais como CDBs, Tesouro Direto ou fundos de renda fixa.

Um investimento que conecta tradição e inovação

Com a expansão das ofertas tokenizadas, a renda fixa digital se consolida como uma alternativa para quem deseja unir tecnologia e previsibilidade. Seguindo etapas simples, o investidor pode acessar um modelo que amplia horizontes sem abrir mão de segurança.

Num mercado em transformação, esse é um passo que conecta tradição e inovação, tornando possível diversificar a carteira com mais eficiência e alcance.