Publicado em 15/11/2025 às 14:32, Atualizado em 18/11/2025 às 12:36

Instalação correta de portas corta-fogo é essencial para atender às normas de segurança predial

Equipamentos exigem montagem técnica e manutenção periódica para garantir proteção efetiva em caso de incêndio

Matheus Mesquita,
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Imagem: onlyyouqj no Freepik

As portas corta-fogo são elementos fundamentais na segurança de edifícios residenciais, comerciais e industriais. Mais do que uma exigência legal, elas representam uma barreira vital contra a propagação de chamas e fumaça em situações de emergência.

No entanto, sua eficácia depende diretamente de uma instalação adequada, feita conforme as normas técnicas de segurança. Quando mal posicionadas ou sem manutenção, essas portas podem perder a função para a qual foram projetadas e colocar vidas em risco.

Norma técnica e responsabilidade compartilhada

No Brasil, a fabricação e a instalação de portas corta-fogo seguem padrões definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em especial a NBR 11742, que determina critérios de resistência, montagem e ensaios de desempenho.

Essa norma estabelece, por exemplo, que as portas devem suportar o fogo por um tempo mínimo determinado, dependendo da aplicação e da estrutura do edifício.

A responsabilidade pela correta instalação é compartilhada entre fabricantes, instaladores e síndicos ou administradores de prédios. Cabe ao instalador garantir que a porta seja fixada no vão de forma precisa, com componentes certificados e vedação adequada.

Já os responsáveis pelo edifício devem assegurar que o equipamento seja mantido em boas condições, sem obstruções ou improvisos que possam comprometer o funcionamento em caso de incêndio.

Erros aparentemente simples, como o uso de batentes inadequados, dobradiças comuns ou a ausência de molas de fechamento automático, comprometem a vedação e anulam o desempenho esperado. Por isso, a certificação de todos os componentes é requisito indispensável.

O papel da manutenção preventiva

A instalação correta é apenas o primeiro passo. A eficiência das portas corta-fogo depende também de inspeções regulares e manutenção preventiva. É necessário que as portas sejam verificadas periodicamente por profissionais qualificados, que avaliam o estado das molas, dobradiças, borrachas de vedação e dispositivos de fechamento.

Um dos erros mais comuns é o travamento da porta com calços ou trincos, prática que impede o fechamento automático e elimina a função de barreira contra o fogo. A pintura com tintas inadequadas, a substituição de componentes originais por peças genéricas e o acúmulo de sujeira nas dobradiças também afetam o desempenho.

Síndicos e administradoras de condomínios têm papel decisivo nesse processo. Além de manter a documentação de inspeção em dia, devem promover campanhas educativas entre os moradores, orientando sobre o uso correto e a importância de não alterar as portas. Pequenos cuidados podem evitar falhas graves em situações de emergência.

Importância nos projetos de segurança predial

As portas corta-fogo fazem parte do sistema de compartimentação dos edifícios, que visa isolar áreas e retardar o avanço do fogo até a chegada do socorro. Por isso, sua instalação deve ser prevista desde o projeto arquitetônico, respeitando rotas de fuga e saídas de emergência.

Em prédios altos e garagens subterrâneas, a correta disposição das portas é determinante para garantir que o calor e a fumaça não atinjam rapidamente as escadas ou corredores. O dimensionamento inadequado ou a escolha de modelos sem certificação podem comprometer todo o plano de segurança contra incêndios.

Segurança que salva vidas e patrimônio

Portas corta-fogo são, acima de tudo, equipamentos de proteção à vida. Quando corretamente instaladas e mantidas, elas permitem que pessoas evacuem o prédio com segurança, reduzem danos estruturais e facilitam o trabalho das equipes de resgate.

Mais do que uma exigência legal, a adoção e a manutenção dessas portas representam um compromisso coletivo com a segurança. Cumprir as normas técnicas e garantir o bom funcionamento do equipamento é uma forma de preservar vidas e patrimônios, e de transformar a prevenção em prioridade permanente nos ambientes construídos.