Chegou a 14 quilômetros a fila de veículos que seguem de São Paulo a Campo Grande, na BR-163, quando policiais conseguiram negociar a liberação com integrantes de acampamento rural, que bloquearam trecho no km 465, na madrugada desta segunda-feira (23), próximo ao Aeroporto da Aviação Agrícola Teruel.
No sentido da saída da Capital, o congestionamento passou de 3 quilômetros, afetando o trânsito na Avenida Gury Marques. Outros dois grupos também fecharam rodovias entre Guia Lopes e Bonito; e Naviraí e Angélica, conforme o MPL (Movimento Popular de Luta), que organiza os bloqueios.
Os manifestantes vão aguardar a chegada do superintendente do Incra, Paulo Roberto da Silva, prevista para as 9h30, conforme negociado com agentes da PRF. Se ele não for até o local, a concessionária que administra a via, CCR MSVia, vai enviar um ônibus para levar os manifestantes ao encontro do superintendente. Se a reunião não ocorrer, o protesto será retomando com novo bloqueio da pista.
Os manifestantes que ocupam a BR-163 chegaram às 4h e afirmam que vão deixar a pista somente após reunião com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). São cerca de 100 manifestantes que pedem o “fortalecimento do Incra”.
Eles afirmam que o órgão está "sucateado" há anos com redução de servidores diante da demanda. O movimento quer que o setor de obtenção de terras seja recriado para garantir agilidade nos processos de vistorias e desapropriação de áreas improdutivas.
Caminhoneiros estão revoltados com a situação. Um deles tentou incitar um avanço sobre o bloqueio, mas não obteve apoio dos demais. Ambulâncias podem passar normalmente. Os manifestantes gritam "Reforma agrária quando? Já!".
Segundo o diretor do MPL-MS, Jonas Carlos da Conceição, os assentados esperam terras de reforma agrária há anos e são pressionados para deixar as margens das rodovias.
“O Incra não tem recurso, não existe um setor ainda de obtenção de terras, que é o que nós estamos pedindo, que o Incra tem que voltar com esse setor e ter orçamento para poder trabalhar novas áreas de assentamento e desapropriar o latifúndio improdutivo. Essa jornada vem nesse sentido, de denunciar essa morosidade, essa paradeira aí da reforma agrária. E que o Incra atenda as famílias e apresente um plano para poder assentar”, diz o diretor do MPL.
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