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Em Nova Andradina, comércio ilegal de cigarros eletrônicos inclui até delivery

Apesar da proibição imposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a comercialização, fabricação, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, a cidade de Nova Andradina continua a testemunhar uma crescente oferta desses produtos, inclusive com serviços de delivery que entregam em qualquer lugar da cidade. As tabacarias locais promovem abertamente esses dispositivos em redes sociais, desafiando as restrições legais vigentes.

Em abril, a Anvisa reafirmou a proibição dos cigarros eletrônicos, uma medida em vigor desde 2009. Os cinco diretores da agência votaram unanimemente para manter a vedação, citando preocupações com a saúde pública. A proibição abrange todas as formas de comercialização e transporte desses produtos, com sanções severas para o descumprimento, incluindo advertências, multas, interdições e recolhimento dos dispositivos.

Em resposta ao uso crescente dos cigarros eletrônicos, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançaram, na última quarta-feira (29), uma campanha de prevenção voltada especialmente para o público jovem. A iniciativa coincide com o Dia Mundial Sem Tabaco 2024, celebrado em 31 de maio, cujo tema este ano é "Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco".

Dados do Ministério da Saúde indicam que crianças e adolescentes que utilizam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais chances de se tornarem fumantes de cigarros convencionais no futuro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também alerta que os cigarros eletrônicos, juntamente com informações enganosas propagadas pela indústria do tabaco, representam uma ameaça significativa à saúde pública, contribuindo para o aumento precoce do tabagismo.

Os dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos por vários nomes como vape, pod, e-cigarette, e-pipe, e-cigar, entre outros, são amplamente oferecidos nas redes sociais por comerciantes locais, que ignoram as proibições impostas pela Anvisa. A agência deixa claro que qualquer importação desses produtos, mesmo para uso pessoal, é proibida, e o uso dos dispositivos em ambientes fechados coletivos é vedado.

Ainda assim, o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelou que cerca de 4 milhões de brasileiros já experimentaram cigarros eletrônicos, apesar da proibição. Esse dado ilustra o desafio contínuo enfrentado pelas autoridades de saúde para controlar o uso e a disseminação desses dispositivos, que continuam a ser populares entre os jovens e outros grupos da população.

Enquanto as autoridades intensificam esforços para combater o comércio e uso dos cigarros eletrônicos, a realidade em cidades como Nova Andradina mostra que ainda há um longo caminho pela frente para garantir a efetiva aplicação das normas de saúde pública.

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