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Homem dormindo em praça no Centro de Nova Andradina exibe a fragilidade das políticas voltadas para as pessoas em situação de rua no município

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Imagem: José Portela - Nova News

Já passava das 15h desta quarta-feira (17), com o sol escaldante atingindo os 38ºC, quando, debaixo de uma sombra, um homem dormia sobre a calçada quente do ginásio de esportes de Nova Andradina. Uma senhora falava com ele, pois o mesmo pedia uma garrafa de água.

 A cena chamou a atenção de nossa reportagem, que se aproximou para entender a situação da pessoa que descansava ali.

O homem em questão é Adriano da Silva Ramos, 40 anos de idade, morador da cidade de Coxim, na região norte do estado, a pouco mais de 500 quilômetros de Nova Andradina.

Ao Nova News, Silva relatou que chegou à "Cidade Sorriso" há cerca de três semanas e estava dormindo nas ruas, sobrevivendo da venda de algumas latinhas, utilizadas para reciclagem.

Questionado se, durante esse período de quase um mês dormindo nas calçadas, já havia sido abordado por alguém do serviço social do município, Ramos disse que não, mencionando apenas ter tido contato com algumas pessoas da rua. Com fome e sede, colaboradores de um posto de combustível próximo ao local onde ele dormia aconselharam-no a procurar a Casa do Migrante.

A situação de Adriano Ramos não é um caso isolado em Nova Andradina. Há mais de três décadas, a cidade convive com várias pessoas em situação semelhante, os populares "moradores de rua", concentrando-se principalmente na região próxima ao terminal rodoviário da cidade.

Em décadas anteriores, o ponto central era a praça em frente à Igreja Matriz, mas com a reformulação da Praça Brasil, a maioria migrou para outros locais da cidade.

De acordo com uma reportagem Campo Grande News, o número de pessoas em situação de rua triplicou em sete anos em Mato Grosso do Sul. Segundo o Cadastro Único do Governo Federal, pouco mais de 1500 pessoas estão cadastradas no estado. Deste total, Nova Andradina conta com apenas 28 pessoas cadastradas.

O Nova News procurou Delma Prado Cavalcante, secretária municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcias) que informou por meio de ofício que atualmente na cidade apenas duas pessoas estão utilizando a rua como moradia.

Em suas palavras, essas pessoas vieram de outro município e tem os vínculos rompidos com a família.

“As outras pessoas que utilizam o espaço público para fazerem uso de álcool e outras substâncias, vale ressaltar que são pessoas residentes no município que não tem bom relacionamento com a família já por conta do uso, já orientados, contudo, sabem de seus direitos e sempre ressaltam que tem o direito de ir e vir conforme preconiza a Constituição Federal em ser Art.5, inciso XV”, completou.

Ainda segundo a responsável pela pasta, a equipe do POP, (Serviço Especializado para a População em Situação de Rua) realiza trabalho de abordagem, acolhida triagem, busca ativa em praças e entroncamentos realizando orientações e encaminhamentos para rede de atendimentos, contatos com familiares reinserção familiar e social, encaminhamento para tratamento em clinicas de usuários de substancias psicoativa, o fluxo de migração é rotativo atendo em média 338 pessoas mês. 

"No serviço é ofertado café da manhã, banho e almoço, realiza trabalho de orientação a sociedade através de panfletagem/blitz orientando a sociedade referente as consequências em dar esmola para pessoa em situação de rua, pois em vez de ajudar pode manter a pessoa por mais tempo na rua, sustentando os vícios dificultando a melhoria social desvalorizando a moral do indivíduo. O Serviço tem parcerias com a sociedade civil buscando trazer melhorias aos usuários (Esquadrão da vida, Maçonaria igreja católica polícia militar polícia civil).", finalizou o documento. 

Serviço - Os atendimentos no POP são realizados de segunda a sexta feira das 07h às 17h plantão através do número 67 99626 - 7849.

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