Cliente encontrou em mercado de Campo Grande aviso sobre limitação de compra de saco de arroz na prateleira, indício de racionamento e consequência das enchentes que atingiram Rio Grande do Sul, maior produtor do grão do país.
O flagra ocorreu no Supermercado Santo Antônio, localizado no Maria Aparecida Pedrossian, na região leste da Capital. “Senhores clientes, está limitado cinco unidades de arroz”, diz o aviso feito pela consumidora. O Campo Grande News tentou contato com supermercado, mas ninguém quis falar.
Em nota, a Amas (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados) informou que devido aos abastecimentos de produtos que vêm ao Estado do Rio Grande do Sul “há um sério problema de logística, e consequentemente, os fornecedores não estão conseguindo entregá-los, apesar de haver estoque”.
Procurada pela reportagem, a associação respondeu, através da assessoria de imprensa, que não há indicativo de falta de outros produtos e que neste caso a questão é de logística. “É o caso do arroz, onde alguns supermercados já estão limitando a quantidade de venda por cliente, devido ao receio de faltar o produto”, completa a associação.
A Farsul (Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul) informou hoje que “o arroz que já está colhido garante o abastecimento do país” e que neste momento a maior dificuldade é transportar o grão para outros locais. "Evidentemente que podemos ter sim, por falta de logística, um desabastecimento no curtíssimo prazo, mas nada mais do que isso", completou.
O Rio Grande do Sul colheu 84,2% da sua área plantada, segundo dados do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), divulgados na quarta-feira, o que corresponde a 6,4 milhões de toneladas de arroz.
O estado gaúcho tem sofrido com as enchentes desde semana passada e já contabiliza mais de 100 mortes e cerca de 130 pessoas desaparecidas.
O que dizem os consumidores - Apesar da preocupação com o racionamento, os consumidores relatam que não pretendem fazer um estoque do alimento. Quem realizava compras em redes atacadistas da Capital contaram que ainda não se deparou com o aviso de racionamento.
A corretora de imóveis Bruna Rosa, de 33 anos, relata que para ela a pandemia ensinou que a escassez pode ser passageira. “Preocupa porque o arroz em si é a base da alimentação, eu por exemplo tenho crianças em casa, tenho três filhos, então a gente reduzir lembra um pouco a pandemia, então assusta. A gente sabe que é temporário, né? Eu não sei o motivo das limitações, se é por ajuda relacionada com o Rio do Sul, mas dá um medinho”, disse.
Comprando o produto sempre da mesma marca, a corretora relata que sentiu que o preço do arroz diminuiu. Por conta do valor mais em conta Bruna diz que comprou apenas um produto a mais do que costuma comprar.
“Se tem esse cenário está todo mundo se ajustando, então os mercados fazem o que uma limitação, porque é uma precaução para caso ocorra, não quer dizer que está ocorrendo, mas se ocorrer não irá faltar para todo mundo”, pontua.
A decoradora Gisele Candida, de 37 anos, conta que neste primeiro momento não pretende realizar nenhum estoque do alimento. “É preocupante se continuar do jeito que está com esse negócio do Rio Grande do Sul. O arroz tradicional subiu R$ 5,00 desde que eu comprei da última vez, se começar a faltar o preço deve subir”.
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