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Pantanal: força-tarefa segue ativa para prevenir e combater incêndios

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Imagem: Bruno Rezende

Mesmo com baixas temperaturas e umidade do ar mais elevada que há algumas semanas, as equipes de combate aos incêndios florestais no Pantanal continuam ativas pelo ar, terra e água. As condições atuais não são favoráveis a propagação do fogo, mas o cenário positivo não permite que haja desmobilização e o alerta é constante, já que para as próximas semanas o forte calor e o tempo seco, elementos determinantes na expansão dos incêndios, devem retornar.

Fora isso, continua o trabalho de rescaldo e prevenção em diversas áreas atingidas pelos incêndios florestais em junho. De acordo com informações do SCI (Sistema de Comando de Incidentes), em Corumbá, um foco de incêndio permanece ativo no Pantanal Sul-mato-grossense, na região do Tagiloma, conhecido como Maracangalha.

Ali, uma força-tarefa atua com o objetivo de realizar não apenas as ações de combate ao incêndio, mas também implementar medidas de controle e monitoramento.

Outro ponto de atenção se concentra na região do Paraguai Mirim, onde equipes trabalham para evitar a reignição dos focos de incêndio e assegurar que estes focos permaneçam confinados dentro da área isolada ao longo das margens do rio Paraguai.

Vale lembrar que devido a riqueza de materiais orgânicos inflamáveis ali presentes, o solo pantaneiro é fertil para a reignição e propagação do fogo, com as popularmente conhecidas turfas, responsáveis pelo conhecido 'fogo subterrâneo' no bioma.

Aeronaves da Força Aérea e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) dão apoio ao trabalho de monitoramento e controle. A preocupação também agora é com a queima lenta dentro das áreas já queimadas, com troncos de árvores ainda acesos, por exemplo. Daí surge a necessidade de rescaldos e cortes para evitar novos incêndios.

Atualmente há 95 bombeiros militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul atuando na Operação Pantanal 2024, dos quais 60 estão nas equipes de combate em solo e 35 compõem o SCI, distribuídos em Campo Grande e Corumbá.

Existe também o apoio efetivo de 80 militares da Força Nacional de Segurança Pública, além de militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira), da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e 233 agentes do Ibama, ICMBio e brigadistas do PrevFogo.

Tal esforço concentrado teve seu pico há duas semanas, quando os incêndios florestais alcançaram grandes proporções. Diante do trabalho direto de combate e reforço federal, aliado à condição climática, houve uma queda nos números de locais com fogo e de focos ativos.

Calor e 'secura' retornam

Em Corumbá, os termômetros marcavam 12°C na manhã de sexta-feira (12) e não passaram dos 17°C ao longo do dia. Já a umidade do ar está em torno dos 55%. Nas primeiras horas do dia havia muita nebulosidade e vento moderado. De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), até sábado os termômetros ficam entre 11ºC e 23°C.

Contudo, nos próximos dias, os termômetros sobem gradativamente, atingindo máxima de 34ºC e a umidade fica entre 10% e 30%. Ou seja, as condições voltam a ser favoráveis aos incêndios. Por isso a situação de alerta constante. "A nossa estimativa é que tenhamos mais uns três ou quatro dias ainda com o tempo nos ajudando com uma umidade alta", garante o chefe de operações do SCI em Corumbá, coronel Claudiney da Silva Quintana.

"As guarnições foram substituídas no início desta semana, após um longo trabalho de combate a incêndios. Fizemos os rescaldos que tinham que ser feitos e mantemos as 13 bases avançadas com o monitoramento e também as vistorias operacionais em solo, observando os aceiros, as cabeceiras de pontes e estamos aproveitando esse momento agora para a manutenção no nossos equipamentos e veículos que que sofreram com os combates intensos e exigiram muito de suas capacidades tecnicas", completa o chefe do SCI.

Alívio momentâneo

Estudante de Fisioterapia, Juliany Fernandes, de 23 anos, conta que as queimadas no Pantanal trouxeram muitos transtornos para população. "Não dava nem para respirar direito, com muita fumaça e fuligem dentro da casa. Com a ajuda do Corpo de Bombeiros e das outras forças federais que chegaram, melhorou bastante", comenta.

Já a comerciante Giovanna Soares diz estar aliviada. "A queimada aqui em Corumbá começou mais cedo esse ano. A ajuda de fora foi importante. Muita fuligem e, chuva que é bom, nada. O tempo está muito seco em Corumbá. Com o combate diminuiu 90% das queimadas", opina.

Contudo, ambas sabem que logo os termômetros subam e a umidade caia, a preocupação com os incêndios florestais retornam e, assim, é necessário estar de pronto para o combate direto.

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