O jovem acusado de efetuar um disparo de arma de fogo e matar a jovem Marielle Lobo Vieira, de 18 anos, em 20 de novembro de 2015, irá a júri popular no dia 30 de abril. Segundo o site Ivi Hoje, o julgamento ocorrerá nas dependências do Fórum da Comarca de Ivinhema a partir das 08h30.
Caio Staut havia sido preso em flagrante na ocasião e foi solto pouco tempo depois em uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), que substituía a prisão preventiva por medidas cautelares.
O caso
Marielle foi morta com um disparo de arma de fogo no dia 20 de novembro de 2015 em Ivinhema. Na ocasião, o Nova News apurou que o jovem Caio, o autor do disparo, desfrutava de boa relação entre os familiares de Marielle, inclusive o autor teria estado na casa dela e conversado com a mãe da garota por volta das 12h da sexta-feira (20), horas antes do crime.
Em um segundo momento, Caio teria se retirado da casa em situação desconfortável, como se algo o estivesse incomodando, contou uma fonte ao Nova News. De acordo com o relato, Marielle e Caio só voltaram a se encontrar à noite, já na residência do rapaz, que estava apenas na companhia de um adolescente, uma vez que seus pais estavam na cidade de Dourados acompanhando a filha do casal que passaria por cirurgia.
Caio, Marielle e o adolescente iriam a uma confraternização na casa de outros amigos. Os rapazes foram se arrumar para a festa, um em cada cômodo da casa, e Marielle teria ido ao banheiro retocar a maquiagem e o penteado. Nesse momento ocorreu o disparo do revólver calibre 38. Marielle foi encontrada morta dentro do banheiro. A porta estava aberta e não havia nenhum sinal de arrombamento, o que leva a crer que a garota estava utilizando o espelho quando foi atingida. De acordo com a Polícia Civil, a cápsula do projétil que atingiu a jovem foi encontrada dentro do vaso sanitário.
Em diligências na residência, utilizando as imagens das câmeras de segurança de uma casa que fica localizada na frente da casa onde a jovem foi morta, os agentes observaram que entre a chegada da garota, até a concentração das viaturas do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, que foram os primeiros a chegarem no local, só havia um adolescente que também havia entrado na casa.
Caio, que estava em uma casa vizinha foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Ivinhema para prestar esclarecimentos sobre o fato. O adolescente também foi ouvido pela polícia. Diante de todas as provas apresentados pelo delegado na época, Ricardo Cavagna, o jovem Caio assumiu a autoria do disparo e alegou que o tiro foi acidental e que ele não tinha a intenção de matar a garota Marielle Vieira.
Caio isentou o adolescente de qualquer participação, fato que só confirmou as investigações da SIG que diante de todas as oitivas já haviam chegado a conclusão de que o adolescente não teria participado da ação que vitimou Marielle. O delegado contou que pediu a colaboração de Caio, que espontaneamente disse que a arma utilizada no crime estaria em sua residência.
De volta à casa, os policiais localizaram uma arma com tambor para seis munições, carregadas com apenas cinco cápsulas intactas. A arma foi apresentada ao rapaz, que disse reconhecer que aquela foi a arma que acidentalmente disparou e acabou matando a jovem de 18 anos. Diante de todo o exposto o delegado Ricardo Cavagna autuou Caio em flagrante delito pelo crime de homicídio doloso simples.
Pouco depois, conforme noticiado pelo Nova News, o delegado Ricardo Cavagna disse que a apuração sobre a motivação para o crime ficou prejudicada, uma vez que, o autor afirmou que teria ocorrido um disparo acidental, ou seja, sem a intenção de atingir Marielle e provocar a sua morte, porém, o inquérito aponta que o rapaz, provavelmente, teria desejado causar a morte da garota. Desde o início não concordamos com a tese de disparo acidental, afirmou a autoridade policial.
Segundo o delegado, em suas linhas de investigação, foram juntadas provas que levassem a demonstrar que o episódio não teria sido um acidente e, desta forma, o inquérito foi concluído, apontando o fato como homicídio doloso. A conclusão ocorreu com base em depoimentos e exames periciais.
Com base em relatos colhidos pela polícia, no laudo do exame necroscópico e no resultado da reconstituição do fato, podemos concluir que o que ocorreu naquela data foi um homicídio doloso e não um acidente. É muito difícil uma arma de fogo, do tipo revólver, disparar acidentalmente. Para que ocorra o disparo, é necessário que o gatilho seja acionado, explicou Cavagna naquela ocasião.
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