O juiz Ricardo da Mata Reis aceitou denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e transformou em réus os quatro presos pelo assassinado do médico Gabriel Paschoal Rossi, 29, ocorrido no dia 27 de julho deste ano em Dourados, a 251 km de Campo Grande.
Natural de Santa Cruz do Sul (RS) e formado pela UFGD em março deste ano, Gabriel foi sequestrado, torturado e estrangulado em uma casa de aluguel por temporada na região sul da cidade. O corpo foi encontrado uma semana depois, já em decomposição.
Com a decisão da Justiça, Bruna Nathalia de Paiva, 28, Gustavo Kenedi Teixeira, 26, Keven Rangel Barbosa, 21, e Guilherme Augusto Santana, 34, passam a ser réus por homicídio qualificado consumado, tortura e furto qualificado (eles se apossaram do celular da vítima). Os quatro serão julgados pelo Tribunal do Júri.
Segundo a Polícia Civil, Bruna foi a mandante do crime após desacerto com Gabriel por causa de dinheiro de golpes aplicados com cartões de crédito clonados e contra aposentados do INSS. Eles seriam cúmplices.
Para não pagar a parte de Gabriel e impedir que ele denunciasse os golpes, ela teria contratado os três homens para matar o médico. Os quatro foram presos por policiais civis e policiais rodoviários federais de Dourados em Pará de Minas (MG), onde moram.
Para a 14ª Promotoria de Justiça de Dourados, o crime foi perpetrado mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima, “uma vez que Gabriel foi atraído até o local onde se encontravam os algozes, em superioridade numérica, rendido com as armas de pressão e imobilizado”.
O Ministério Público aponta ainda que os três homens agiram a mando e sob as coordenadas de Bruna de Paiva, todos previamente em combinação, e após terem torturado o médico, subtraíram o celular dele, um IPhone 11, a mando da mulher que queria eliminar provas.
Crime planejado – De acordo com as investigações, Gabriel e Bruna se conheciam há algum tempo e estavam envolvidos em esquema ilícito, caracterizados como golpes de transações bancárias. “Sucede que, em determinado momento, resultou em uma animosidade decorrente de dívida da denunciada para com a vítima, no valor de R$ 500 mil, decorrente das negociatas que firmaram outrora”, afirma o MP.
Ainda segundo as investigações, Bruna não estava disposta a repassar o valor cobrado pelo médico. Gabriel ameaçou entregar o esquema, pois tinha provas dos crimes.
“Assim, temendo ser descoberta, a acusada tomou a decisão de ceifar sua vida. Premeditou o delito, elaborou uma trama criminosa complexa, a qual acompanharia de perto, para garantir o sucesso do evento delinquente”, diz o MP.
Os três homens estão recolhidos na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Na fase de inquérito, eles confessaram o crime e apontaram Bruna como mandante. A mulher está no Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante. Até agora ela se manteve em silêncio.
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