Os três vereadores de Batayporã que cumpriram quarentena determinada pela Secretaria de Saúde, após terem viajado com o intuito de participar de um congresso em Foz do Iguaçu (PR), voltaram à sessão ordinária na manhã desta-segunda-feira (01).
Cícero Humberto Leite, Cabo Máximo e Nivaldo Ferreira, todos do MDB, além do servidor da Câmara Municipal, Vinicius Duarte Enz, viajaram no dia 19 de maio e estiveram participando de um congresso em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19), fato este que gerou repercussão negativa, tanto nas redes sociais, quanto nas rodas de conversas da cidade de Batayporã.
Na ocasião, logo após tomar conhecimento dos fatos, a secretária de Saúde Marcela Leite afirmou à reportagem que os vereadores e o servidor cumpririam quarentena obrigatória. “Vamos cumprir o protocolo, falei com eles e vão ficar sete dias em isolamento, caso apresentem sintomas, ficarão 14, de acordo com o estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde.” Conforme o apurado pelo Nova News, os envolvidos não apresentaram sintomas da doença e cumpriram quarentena de apenas sete dias.
Sessão quente
Na sessão desta segunda-feira (01), o tema voltou quente entre os parlamentares envolvidos no imbróglio. Ainda na sessão do último dia 25 de maio, o vereador Germino Roz (PSDB), sugeriu que os parlamentares devolvessem os valores gastos durante a viagem aos cofres públicos, sugestão esta que teria irritado os vereadores, principalmente o presidente da casa, Cícero Leite e o atual secretário da mesa diretora, vereador Nivaldo Ferreira.
Ataque
Ao usar a tribuna, ainda nesta segunda, Ferreira partiu para o ataque acusando parlamentares de falsidade e de incitar a população contra os vereadores envolvidos no caso, pois alguns, segundo ele, teriam ligado no hotel, onde supostamente teria sido realizado o congresso, para confirmar informações.
“Falsos, mentirosos, usam essa tribuna para incitar a população contra a gente”, disparou o vereador. Por sua vez, o vereador Germino Roz usou seu direito de réplica. “Eu não tenho medo de usar essa tribuna e falar o que eu tiver que falar, seja de quem for. Agora a interpretação fica a cargo de cada um dos senhores”, disse. Roz finalizou afirmando que levou a questão da viagem para ser debatida na tribuna da casa por ter sido muito cobrado pela população em relação ao caso.
Na mesma linha de Nivaldo Ferreira, o atual presidente da casa vereador Cícero Leite, que também participou da viagem, partiu para o ataque.
O presidente tratou o caso abordado pelo vereador Germino, referindo-se ao congresso em Foz do Iguaçu, como uma “Lambança”. Para o presidente, ter abordado o tema na sessão anterior foi “papel de moleque”. Sem citar nomes, Leite acusou vereadores de jogar o povo contra ele.
Com a fala mais amena, o vereador Cabo Máximo, outro participante do congresso, foi cauteloso. O parlamentar disse que o momento era de todos estarem unidos e zelando pelo nome da instituição. Máximo se referiu à fala do vereador Germino Roz no tocante da cobrança da população, que segundo ele, tem sofrido pelas mazelas de administrações anteriores.
O vereador pontuou que as ‘mazelas do passado’, trouxeram 'heranças malditas'. Em uma fala de pouco mais de seis minutos, o vereador foi pouco incisivo sobre o tema “Foz do Iguaçu”.
De acordo com informações apuradas ainda na manhã desta segunda (01), a promotora de Justiça da Comarca de Batayporã, Bianka Machado Arruda Mendes, irá instaurar através do Ministério Público Estadual (MPMS), um procedimento para averiguar se as diárias de aproximadamente de R$ 16 mil foram pagas de maneira legal aos vereadores. Caso seja constatada alguma irregularidade, os parlamentares terão que devolver os recursos aos cofres públicos.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.