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Alta concentração de agrotóxicos e metais em moradores de Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul preocupa pesquisadores

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Imagem: Trick Filmes - Arquivo

Um estudo recente realizado pela Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB), projeto vinculado ao Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), revelou preocupantes níveis de contaminação por agrotóxicos e metais em moradores de Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul, em Mato Grosso do Sul.

Divulgada pelo G1, a pesquisa realizada em 2023 utilizou como base a análise de amostras biológicas de residentes locais, com o objetivo de detectar a presença de agroquímicos e metais em seus organismos. O estudo foi conduzido após a constatação da presença dessas substâncias em antas que habitam a região, evidenciando a capacidade desses animais em atuar como sentinelas ambientais.

De acordo com os resultados obtidos, foram identificados cinco agroquímicos distintos, sendo dois Organofosforados (Glifosato e Malathion) e três Organoclorados (pp’DDD, Dieldrin e Beta-BHC). Do total de 94 participantes do estudo, 36 apresentaram contaminação por algum tipo de agrotóxico, em alguns casos, com a presença de mais de um químico.

O herbicida Glifosato, o mais utilizado no Brasil e associado a potenciais riscos cancerígenos conforme estudos prévios, foi detectado em 25 das 78 amostras de urina analisadas.

Esses resultados corroboram descobertas anteriores realizadas pelo INCAB-IPÊ entre 2015 e 2018, que identificaram a presença de 13 compostos químicos diferentes, incluindo nove pesticidas e quatro metais, em antas da região. Essas pesquisas geraram um relatório técnico e um artigo científico publicado na revista internacional Wildlife Research em 2021.

A pesquisadora Patrícia Medici, envolvida no estudo, ressaltou que os compostos químicos identificados são amplamente utilizados em áreas destinadas à agricultura e pecuária, especialmente em grandes monoculturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão.

Diante desses resultados alarmantes, o Dr. Maurício Pompílio, especialista consultado pelo G1, destaca a importância de medidas tanto individuais quanto coletivas. Ele enfatiza a necessidade de avaliação médica em casos de resultados alterados nos exames, bem como a sensibilização dos trabalhadores rurais para o uso adequado de equipamentos de proteção individual durante o manejo do solo e aplicação de defensivos agrícolas.

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