Após reunião com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), manifestantes que ocupavam as margens da BR-163 encerram o protesto. A rodovia chegou a ficar ocupada por quatro horas à espera de representes do Incra, causando um congestionamentos de 14 quilômetros na via sentido que liga São Paulo a Campo Grande.
Os representantes chegaram à BR-163, por volta das 10h30, se reuniram no acostamento, onde os manifestantes estavam, e escutaram as reivindicações. As partes entraram em acordo para resolver as questões mais urgentes na próxima quinta-feira (26), em que haverá uma reunião do Incra com os 18 movimentos de luta, dentre eles o MPL (Movimento Popular de Luta).
A juíza federal aposentada e ouvidora agrária nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Claudia Maria Dadico, informou ao Campo Grande News que os manifestantes entregaram a pauta de reivindicações urgentes, de médio e longo prazo. "Essas mais urgentes dizem respeito a algumas áreas de acampamento que eles estão sofrendo algumas violências, ataques e estão em situação de insegurança. Essas situações já vão ser solucionadas com o menor período possível, tanto em Campo Grande como Naviraí".
A juíza ainda destaca que o ano que vem será um ano propício, "porque há uma expectativa de maior orçamento para o Incra para que essas políticas sejam concluídas", finalizou Claudia Maria Dadico.
O superintendente regional do Incra, Paulo Roberto, comentou que é normal e válido que os movimentos se organizem em processo de luta. Ele conta que recebeu a notícia da manifestação no início da manhã, pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), que informou que os movimentos sociais o chamavam no local.
"Na quinta-feira, já estava agendado um seminário com todos os movimentos de luta, cada um com três representantes, buscando estabelecer esse diálogo e construir esse plano para 2024. Esse conflito só vai cessar a hora que eles tiverem as terras. Ali onde estão acampados, é uma coisa provisória, estão ali porque não tem para onde ir", comentou o superintendente.
Ele ainda relata que não há um Censo sobre o número de acampados em Mato Grosso do Sul, mas a estimativa é de que seja entre 6.000 a 7.500 famílias assentadas articulando com os 18 movimentos sociais.
Após a reunião, a representante do MPL em Campo Grande, Patrícia Luz, disse estar satisfeita com a tratativa realizada entre os representantes do Governo Federal e destaca que agora os assentados esperam o seminário para continuar com as reivindicações.
Um ônibus da concessionária CCR-MSVia foi disponibilizado para levar os assentados de volta ao acampamento, que é distante do local da manifestação.
Manifestações - Ao todo, os manifestantes bloquearam três trechos de rodovia no Estado. Na MS-141, próximo à igreja do Sapezinho, em Naviraí, distante 366 quilômetros de Campo Grande; BR-267, km 224, em Nova Alvorada do Sul; e a BR-163, na saída de Campo Grande a São Paulo, próximo ao Aeroporto da Aviação Agrícola Teruel.
Em Naviraí, o grupo de manifestantes ocupou a rodovia, no esquema "pare e siga", até que fosse totalmente liberada. Eles permaneceram no acostamento da rodovia. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
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