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Umidade do solo é 2ª menor em 30 anos em MS, mostram dados de satélites

Sob alerta, em Mato Grosso do Sul a semeadura da soja está liberada a partir do dia 16 de setembro

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Agricultor mostra espigas mal formadas, como efeito severo da seca sobre a produtividade do milho - Foto: Divulgação/Aprosoja-MS

Em Mato Grosso do Sul, a umidade do ar está no segundo menor nível dos últimos 30 anos, aponta levantamento da EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites. No Mato Grosso e no Paraná, a umidade do solo está no menor patamar dos últimos 30 anos. O modelo europeu ECMWF prevê continuidade desse cenário nos próximos 10 dias, trazendo condições desfavoráveis ao início do plantio da soja no Estado. A média das temperaturas poderá ficar até 7°C acima da normalidade, de acordo com o modelo americano GFS.

Em MS, o período da semeadura da soja está liberado a partir do dia 16 de setembro, com o fim do vazio sanitário.

Em Mato Grosso do Sul, a umidade está mais alta apenas se comparada a 2021, porém a previsão aponta melhora nos próximos 10 dias, permanecendo ainda abaixo da média. No Paraná, nos últimos 10 dias, as temperaturas ficaram de 3°C a 7°C acima da normalidade. No mesmo período, o Estado registrou menos de 3 milímetros de chuvas e a baixa umidade do solo acabou prejudicando o desenvolvimento do trigo.

Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro, explica que a previsão (ECMWF) indica chuvas e aumento da umidade em algumas áreas do PR após o dia 20, o que irá aliviar o estresse hídrico das lavouras de trigo e permitir o plantio da soja.

Tanto o ECMWF quanto o GFS preveem temperaturas acima da normalidade para praticamente todo o país. No Rio Grande do Sul há previsão de chuvas com volume abaixo da média nos próximos dias, suficiente apenas para aumento da umidade.

Calor e queimadas afetam produtividade

O Brasil, segundo projeções do BofA (Bank of America), pode enfrentar uma onda de calor severa entre setembro e novembro. Há mais de 50% de probabilidade de se registrar temperaturas elevadas e baixa precipitação nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que caracteriza o final da estação seca. Essas condições agravam a ocorrência de queimadas, com efeitos devastadores para o agronegócio. Com a umidade relativa do ar baixa e o aumento das temperaturas, o risco de incêndios cresce, o que impacta diretamente as plantações e a pecuária.

A combinação de seca e queimadas coloca o País diante de uma das estações de queimadas mais intensas da história. Para o agronegócio, a perda de áreas produtivas e a redução da qualidade do solo são desafios graves. Além disso, a fumaça gerada pelos incêndios compromete a capacidade de crescimento das plantas, reduzindo a fotossíntese e, consequentemente, a produtividade agrícola. Os prejuízos para os produtores podem se acumular, gerando um ciclo de danos a longo prazo. 

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