Brasil confirmou, nesta quarta-feira (26), o primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no País. Um homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, ontem, em São Paulo, com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias de saúde estadual e municipal de São Paulo, investigava o caso desde então. Os órgãos estão realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), junto à companhia aérea.
Ao confirmar o primeiro caso no País, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que já era esperada a circulação do vírus. Contudo, diferente dos demais países com transmissão, o Brasil ainda não está no inverno, período em que há maior risco de contágio. “É mais um tipo de gripe que a humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas com letalidade maior, o coronavírus se comporta à menor e tem transmissibilidade similar a determinada gripes que a humanidade já superou”, afirmou.
“Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves. Iremos atravessar mais esta, analisando com os pesquisadores e epidemiologistas brasileiros, qual é o comportamento desse vírus em um país tropical”, destacou o ministro.
Mandetta garantiu que a população brasileira terá todas as informações necessárias para que sejam tomadas todas as precauções e cuidados. “São cuidados com a higiene e etiqueta respiratória, como lavar as mãos e o rosto com água e sabão. Este é um hábito importante e higiênico para evitar não só doenças respiratórias como outras doenças de circuito oral”, detalhou.
Ainda segundo o ministro, agora as autoridades de saúde acompanham o comportamento do vírus no hemisfério sul, qual o grau de transmissibilidade e letalidade. “Gostaria de parabenizar o sistema de vigilância, os laboratórios, o Instituto Adolfo Lutz, pela agilidade para realizar os exames e a contra-prova. Vamos sair mais forte do que entramos e com mais capacidade de reagir a essas situações”, garantiu Mandetta.
Todas as ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, diariamente, atualizações são informadas em coletivas e boletins epidemiológicos.
Ampliação de critérios
Na última segunda-feira (24), o Ministério da Saúde ampliou os critérios para definição de caso suspeito para o novo coronavírus. A partir de agora, serão enquadradas dentro desta definição as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar, e vierem da Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia. Já faziam parte da lista o Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China.
A decisão da pasta de aumentar o nível de segurança e sensibilidade da vigilância surgiu da preocupação que esses países têm gerado em decorrência da grande quantidade de casos do novo coronavírus nos últimos dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses países têm pelo menos cinco casos com transmissão interna da doença.
Anvisa
Após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no País, a Anvisa tomou as seguintes medidas:
Solicitou à companhia aérea a lista de passageiros que estavam no mesmo voo do passageiro com resultado positivo para o novo coronavírus. O documento será encaminhado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para investigação de outros passageiros do voo que tiveram contato com o caso.
Aumentou a criticidade no monitoramento dos voos internacionais provenientes de países onde há casos confirmados da doença. A lista foi atualizada na segunda-feira (24) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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